Sérgio Gibim Ortéga
Hoje o mundo silencia pra ouvir
o eco do teu canto vibrante.
A voz que rasgou o preconceito,
que dançou na dor antes exultante.
Filha do grande Gil, atravessaste
mares de luz e combate.
No palco eras tempestade —
no sorriso, pura liberdade.
O cĂąncer feroz chegou, e lutaste
com corpo inteiro, coração gigante.
NĂŁo te encolheste — foste gigante,
ressignificando cada instante.
Agora, em outra dimensĂŁo,
descansas. Teu grito nĂŁo silencia.
Permanesse ao vento, guia dos tantos
que seguem tua intensa poesia.
Mulher preta, quebras paradigmas,
amiga, mĂŁe, filha, avĂł.
Teu amor nĂŁo morre com a carne —
transcende, ressoa, dĂĄ coro.
Preta Gil — celeiro de resistĂȘncia —
parte hoje, mas nunca apaga
a chama que acendeu no nosso peito
e que nos faz cantar tua saga.
Que esse silĂȘncio seja festival,
teu descanso, canto final.
E no coração de quem fica,
sua vida eterna, sem igual.
Nenhum comentĂĄrio:
Postar um comentĂĄrio