por Sérgio Gibim Ortéga
Era quinta-feira, 12 de junho,
às onze e dez da manhã.
A noite já ia se despedindo
e o poeta, distraído, sem afã,
quase esqueceu da poesia
que o amor merecia nesse dia.
Passei os olhos pelas redes,
e vi rostos entrelaçados,
sorrisos sinceros, abraços
de amores bem acompanhados.
Casais de agora, de sempre,
de todos os dias abraçados.
E então pensei, com alma calma,
na doce e bela terceira idade,
onde o amor é mais que chama,
é ternura, cumplicidade.
Somos eternos namorados,
com as rugas da eternidade.
Para os jovens, é dia de sonhos,
de flores, promessas, canções.
Para nós, é o tempo maduro,
feito de gestos, de corações
que aprenderam a caminhar juntos
nas curvas e contradições.
Quase deixei passar a data,
esse 12 tão especial,
mas o amor antigo não falha —
é discreto, mas essencial.
É memória, é construção,
é abraço firme no temporal.
Feliz Dia dos Namorados,
a quem viveu a travessia.
Que o tempo nos mantenha lado a lado,
até que a morte, um dia,
venha, serena, nos separar,
mas nunca apagar a poesia.
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