Sérgio Gibim Ortéga
Depois que o pai morre,
a gente volta pro começo.
As lembranças vêm de longe,
feito cheiro de café fresco.
Me lembro —
era anos 70,
ele de chapéu e esperança,
apanhando café com as mãos calejadas,
na dança lenta da roça e do sol.
O tempo era duro,
mas o riso dele amansava tudo.
Hoje, qualquer vento mais quieto
traz a saudade —
essa visita sem hora.
A vida vai,
mas o pai…
o pai fica.
Fica na terra, no cheiro,
na memória que nunca envelhece.
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