Sérgio Gibim Ortéga
O que resta ao pobre na mesa,
É o frango, sem muita surpresa.
Mas eis que a gripe aparece ligeira,
E encarece a ave inteira.
O ovo sobe, o quilo voa,
Na feira, a tristeza ressoa.
O franguinho, tão suado no prato,
Agora virou quase um contrato.
Acabou-se a alegria singela,
Do cheiro bom vindo da panela.
A imprensa, com tom alarmista,
Espalha o vírus — vira artista!
Enquanto o rico faz banquete,
O pobre reza por um filete.
Mais uma vez, a corda arrebenta,
No lado fraco — sempre esquenta.
Mas seguimos com humor e coragem,
Mesmo quando a vida vira miragem.
Se o frango sumir da nossa história,
A gente tempera com memória.
Nenhum comentário:
Postar um comentário