Por Sérgio Gibim Ortéga
[e a Inteligência Matuta]
No Brasil do aperreio e do suor na testa,
O frango era rei na modesta festa.
Mas veio a tal gripe, com nome pomposo,
E deixou o mercado ainda mais teimoso.
O frango era rei na modesta festa.
Mas veio a tal gripe, com nome pomposo,
E deixou o mercado ainda mais teimoso.
Diz a notícia com cara de séria:
"Tem vírus nas aves, a coisa é miséria!"
Mas o pobre pergunta, de forma esperta:
“Cadê o frango barato na gôndola aberta?”
O ovo subiu, tá quase ouro em casca,
E a galinha virou coisa de carrasca.
O franguinho assado de domingo sumiu,
Virou luxo, desapareceu do Brasil.
Enquanto o rico compra peito empanado,
O pobre tá com osso temperado.
E a imprensa grita com todo fervor:
“Vai ter mais vírus, tremor e pavor!”
Mas o pobre é duro, não cai nessa fácil,
Já vive de aperto, feijão e repasse.
Se tiram o frango, a carne, o pudim,
Ele inventa receita com cheiro e capim.
Mas fica a pergunta no ar e na grelha:
Quem paga o pato nessa história velha?
É sempre o lascado, o da marmitinha,
Que chora na feira por uma galinha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário