Sérgio Gibim Ortega
Amigos que parecem ser eternos, mas não são. Com a experiência vivida após minha idade avançada, escrevo isso para dizer o que eu não deveria ter compreendido. Amores das lembranças, e amigos verdadeiros que vem e vão.
E como o tempo passa de pressa, um dia desses revi uma das minhas namoradas no tempo em que passou, através da Internet, da vida real, o mais belo afeto, e depois de tantos anos passados ainda ela guardava um livro meu, me elogiou, e partiu pra conquista. “Seremos amigos”.
Ela por sua vez, disse-me que ainda guardara um livro meu após anos. Fiquei mais feliz, ainda que amiga, tinha uma fã, e quando vieram os elogios, este poeta a considerava ainda mais, e até apresentou a filha; este é meu poeta que eu sempre falava.
Mas na sua persistência de ainda ter-me, ela foi desistindo ao me ouvir radicalmente, e ignorando meus novos versos, e quem sabe não jogou até o livro velho fora para o lixo. Entre ignorância, notei que ela foi desistindo da amizade, me desconsiderando, e aquela amizade mais linda morreu. Agora não há mais poeta, nem amigos. De boca ficou ambas as partes quietas. A amizade na Net foi desfeita antes mesmo que o meu casamento acabasse. Ciúmes entre a busca de amigos do passado.
Outro amor do passado, quando nos encontramos – Há! Quando ela me viu, correu para um lado e eu para outro. E porque não dizer que eu virei estava tão diferente, minha face mais velha e feia, e ela também muito mais velha assim como eu. Somos mesmos envelhecidos pelo tempo.
Amigos que desistiram de nos encontrar, e nunca mais que os vi.
E querendo procurar, nem precisou ser pessoalmente. Mas cadê o amigo, a amiga...? Cadê...? Há! Quando o tempo levou embora. Para mim foi como se estas pessoas tivessem morrido.
O jeito de falar, a beleza da juventude que era feita de sonhos belos, se acabou.
Ainda que sejamos fraternos ao Lembrar-se de alguém que sumiu... Alguém que um dia já partiu, ou melhor, mudou-se para outra região, outra cidade. Amigos que ficaram distantes. Não procure... Não procure... Você vai se decepcionar completamente.
Ainda que digam no velho ditado que “amigos serão eternos”, mais hoje a vida tão avançada, e tantos benefícios e riquezas para o Homem, irá fazer com que amigos não existirão mais.
Amigos só existem no modo de dizer. Eu não acredito mais em amigos. Amigo que você passou um tempo de vida e compartilhou as mais belas palavras de amor, hoje não te reconhecerão mais.
Amizade sincera que ficou na lembrança, e que vem na esperança de um dia melhor de quem nunca te esquece, de reconhecer quando aparece, ou vice versa. Amigos que você não reconhecerá mais após a mocidade, a não sei que os encontrar pelo nome.
Um dia quem foi grandes amigos? Só o tempo faz recordar da nossa bela mocidade cheia de felicidades que não voltam nunca mais. O tempo sempre irá modificar o rosto belo, o jeito de ser, e envelhecidos pelo tempo. Mas mesmo que o seu coração seja tão puro, vai se decepcionar, e muito. A juventude mais bela ficou. E o porquê do tempo que se foi? E o porquê tudo ficou para trás...?
Porque amigos nunca se esquecem jamais. Mas, ainda para você jovem sonhador, acredite num escritor que amigos que se separam, é como a morte, vai perdê-los de qualquer maneira. O tempo passa tão pressa, e o mundo gira todos os dias sem parar.
Guarde somente para você dentro do coração, e não os tente encontrar, não se decepcione. A imagem da lembrança de uma pessoa física acaba destruindo a alma de um ser tão precioso que um dia foi parte de você ao seu lado.
Assim eu perdi todas as amizades que juras de grandes amigos, e no silêncio da noite busco a imagens, a feição apenas do que um dia eu vira antes, pessoas tão cheias de sonhos vivendo ao meu lado e jurando felicidades eternas. Um último abraço, bem apertado, as lágrimas descem e fazem juras de um dia se encontrar. As cartas ficarão sempre as mesmas guardadas e amareladas pelo tempo. E minha admiração só nos pensamentos de quem um dia jurou amizade eterna. E só as palavras que não passarão.
17/9/2014
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