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RESPONSÁVEL: Sérgio Gibim Ortega
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segunda-feira, 5 de março de 2012

O NINHO DE XORRÓS


Sérgio Gibim Ortega

Aconteceu em minha casa no verão deste ano de 2000.
Observei um lindo casal de Xorrós, que construíam o seu ninho num pé de jaqueira em meu quintal.
Da varanda de minha casa fiquei observando o casal de Xorrós que iam e vinham, e carregavam fiapos no bico pra construírem o ninho. E até vinham a nossa varanda para arrancar linhas do tapete à entrada da porta.
Xorró- Chorró - Corró - Choca Listrada - Gata Véia - Alma de Gato - alguns dos nomes populares dessa Ave canta muito,
a Fêmea de sua espécie também canta. Nome Científico verdadeiro - Thamnophilus Palliatus
De tanto olhar, guardei o dia em que vi o carijózinho no ninho. Era o macho, enquanto a fêmea saia para se alimentar.
Começaram a chocar no dia 13 de Fevereiro.
E um dia observei o macho que batia numa rolinha, que pretendia tomar o seu ninho.
Numa tardezinha, uma forte chuva de vento, e corri à varanda para vê-los o que acontecia. O macho enfrentava a chuva de vento bem encolhidinho. Não saia do ninho de jeito nenhum.
Numa noite, um gato ficou olhando para cima, e corri para espantá-lo. Fiquei com medo que ele voltasse para pegá-los.
Nos dias que se passaram, notei que eles pareciam abandonar o ninho, mas carregavam bichinhos no biquinho, e fiquei meio sem saber o que acontecia.
Pela manhã, no dia 11 de março de 2000, quando olhei em cima do muro, vi que os Xorrós pulavam de um lado para outro piando bravos e preocupados. Eu nem quis acreditar quando olhei para o chão, e vi um filhotinho bem quieto, quase da cor da terra. Uma cor meio amarelada. Peguei o filhotinho na mão muito entusiasmado, e ele abriu o bico já querendo me atacar. E os Xorrós voavam em minha direção querendo me pegar sem medo algum. Coloquei-o no ninho, e para minha surpresa havia outro filhote.
Eram dois filhotes graúdos que foram embora, no mesmo dia daquela tarde.
É difícil de se acreditar, mas aconteceu em 28 dias os Xorrós chocaram aqueles filhotes.
Me senti orgulhoso, porque escolheram a minha casa, o meu quintal.
E pensar que os pássaros hoje dependem da cidade, para sobreviverem também. E espero que no próximo verão eles voltem, para chocar em meu quintal novamente.

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