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segunda-feira, 7 de setembro de 2009

“COM A CARROCERIA SOBRE AS COSTAS”

ROBERTO LAMPARINA
Talvez a culpa seja mesmo minha por nunca ter colocado claramente para todos, o meu vasto currículo. Nestas incertezas, alguns mal informados, foram carregando, formulando e imaginando impressões, que por não serem corretas e verdadeiras, acabam por criar expectativas primárias a meu respeito.
Costumo sempre dar esclarecimentos e responder aos questionamentos dos meus leitores e ao Marcos Roberto Marques, um leitor conquistado aqui da nossa próxima Catanduva, não será diferente.
Então vamos lá. Senhor Marcos, eu me diplomei em diversas matérias, porém seria muito difícil neste breve e pouco tempo livre que tenho, poder especificá-las em suas totalidades, porém algumas poucas, tentarei fazê-lo. A minha faculdade de Sociologia venho cursado-a por vinte longos anos e ainda estou muito longe de concluir o curso. Tenho perambulado por este país, disfarçado de um humilde motorista de caminhão, onde posso tranqüilamente andar de um lado para o outro, vendo tudo e sem ser visto. Nesta matéria presenciei as transformações que este país sofreu ao longo destas duas décadas, as verdadeiras, não as que políticos de oposição e de situação, tentam atribuir as suas causas. Entre estas transformações eu poderia citar para o senhor a venda do Brasil para o capital privado, que pude verificar nos oito anos de mandato do ilustre e preparado presidente das elites, FHC. Os custos ilusórios progressistas que esta venda rendeu e logo depois o fim de uma ilusão montada para enganar o povo lesado, gerando ainda mais pobreza e desgraça social para uma legião de desgraçados. Na contrapartida, uma afirmação social inevitável se deu com a nova nata de milionários, onde de carro em carro importado, iates, e passeios de helicóptero próprio, desfilam elegantes pelos luxuosos corredores da Daslu, se firmando no mundo dos muito ricos e bem nascidos do planeta. É realmente o luxo apresentando a conta para que seja quitada pelo lixo, que refém da ignorância e da subserviência pregada pelos poderosos do luxo, não têm outra saída, senão continuar puxando a carroça até o retorno Daquele que os livrarão das amarras e correntes, do laço do passarinheiro...
Na matéria de Geografia eu me diplomei, doutorando-me com êxitos, onde pude conhecer como a palma da minha mão, todos os recônditos, por mais escondidos que se possa parecer, sua localização exata, seu relevo predominante e sua constituição geológica. Cada querência desde os pampas gaúcho de Getúlio e Brizola, até o Amazonas do inacreditável senador cara-de-pau Arthur Virgílio Neto, passando pelos imensos canaviais alagoanos dos Collor de Melo e dos Lyra. Passei também por diversas vezes pela capitania hereditária do grande poeta maranhense José Ribamar Sarney e, das lendas e mitos intermináveis que ele mantém vivos, ostentando orgulhosamente em sua biografia pessoal, como a liderança espiritual determinada pelas vontades de um pai-de-santo chamado Bita do Barão, o babalorixá codoense Wilson Nonato de Souza, que foi reverenciado pelo Sarney com o título de Comendador da República Federativa do Brasil. Nesta matéria também poderia englobar o quesito Ciências Sociais, pois também conheço como e do que vivem cada cidadão morador de cada uma destas regiões, desde os bravos agricultores e pecuaristas gaúchos, até os nativos da floresta amazônica que se dividem entre o sacro desejo de poderem explorar as riquezas da região amazônica de forma sustentável e segura e, o profano instinto humano de destruição e egoísmo impetrado por aqueles que querem se apossar das riquezas a qualquer preço e de qualquer forma.
Na matéria de Língua Portuguesa, venho ainda, com a devida restrição imposta pelo meu caipirismo interiorano paulista aqui da barranca do Rio Grande, me adaptando aos inúmeros sotaques e linguajares típicos deste nosso imenso Brasil, desde os econômicos bá tchês do Rio Grande, até os ameaçadores cabras do linguajar sergipano, onde o cabra pode ser bão, cabra marromeno ou cabra safado. No roteiro lingüístico variado, pode aparecer jiente estranha como o cuiabano do Coxipó, que come “petie com matite no cotipó da pontie”, ou o afrodisíaco mineirinho, que come um trem quetim no cantim, desde que alguém se preste a segurar o queijo.
Na matéria de sacanagem, eu fui beber logo da fonte, não ficando feito esses universitários de hoje, que saem da faculdade sem saber nada, porém na mesa de bilhar defronte da faculdade, conhecem a descaída da mesa como ninguém, todas as variações possíveis daquela ervinha produzida pelas fazendas do Evo, além de todas as versões sexuais inomináveis e ainda em estudos pelos cientistas sociais. É um tal de metrosexual, bissexual, escambalsexual, etc... Na minha faculdade eu conheci todos os corredores pecaminosos legítimos, cada cabaré e cada local de moral totalmente duvidosa, desde o início da BR 153 lá no RS, até o seu final no PA, passando por antros famosos como o da Cristina, em Barrolândia-TO, mulher que tinha no corpo o vício do pecado e nas mãos a agilidade do careteado, tirando sempre boas dádivas dos seus dotes. Nas suas curvas escorregavam os motoristas desatentos e na sua agilidade, muitos voltaram pra casa deixando o certificado do caminhão como garantia da dívida, que de jogo, todos sabemos, é sagrada. Porém devo salientar, que nunca me meti a jogador com ela e nas suas curvas, infelizmente também não tive o prazer, privações estas que fui obrigado a abrir mão devido a minha situação de convivência com uma “mulher” na condição de um relacionamento estável, longo e duradouro, às vezes. No entanto não me fiz vendado diante da Rua da Lama em Belém-PA, uma rua inteira destinada à vivência daquelas (es) que não mais enxergam horizontes em suas vidas e se entregam a vida fácil (termo bastante pejorativo), ou da Estrada Belmont em Porto Velho-RO, as margens do Rio Madeira, local da chegada das balsas de Manaus e Macapá, um misto de moradias humildes, mafuás e todo tipo de promiscuidade que se possa imaginar em uma região de trânsito tão eclético no Portal do Amazonas. Quem sabe o senhor Marcos Roberto seja daquele tipo que prefira as mulheres mais escolhidas e com certo refino, então estamos falando das raparigas goianas, porém já vou logo avisando que estas são as piores, pois possuem a beleza descomunal e escultural, aliadas a perícia de beber tudo que o sujeito possui. Bebem casas, carros, tratores, fazendas e tudo mais que lhes servirem na mesa. Com a mesma facilidade com que bebem, abrem o compasso e jogam fora o líquido precioso que ingeriram. Lá se vai mais um otário rapinado.
A matéria de sacanagem foi bastante extensiva, necessitaria de uma pauta própria, porém quem anda pelo mundo sabe e conhece de tudo que o constitui, cada descaminho para alguns, pode ser um aprendizado para outros e nesta idéia, mais aprendi do que me desencaminhei.
Nas horas vagas e entremeando todas estas matérias acima citadas, tentei me diplomar também em jornalismo pra dar contas a minha gente de tudo que vi, de todos os lugares que fui e tudo mais, porém o senhor já me reprovou nesta matéria. Mas também agora retiraram o mérito do diploma e ele não serve mais pra nada, a não ser figurativo, naquele quadro que as pessoas molduram e colocam nas paredes. No entanto, como a minha inquietude sempre me fez jornalista, motivando-me a buscar e explicar os fatos que eu mesmo não conseguia entender, me sinto jornalista e não preciso da sua diplomação para me auto-afirmar. Sinto-me mais jornalista do que o imponente casal global Willian Bonner e Fátima Bernardes, que sem nenhuma ética jornalística, se dignaram a dar uma notícia absolutamente mentirosa se baseando apenas em números que não podem ser medidos por suposições ou exageros editoriais, pois vão muito mais além do que a pretensão e do jogo de interesses escusos que se escondem por trás das suas palavras. Eu estou dizendo isto diante da afirmação sórdida do casal global outro dia no Jornal Nacional, onde atribuíram o aumento brutal dos índices de acidentes violentos envolvendo caminhões, colocando como causa principal, o uso de bebidas alcoólicas, drogas e estimulantes proibidos. Casal global..., se os senhores tivessem freqüentado a minha faculdade, saberiam que esta equação possui diversos algarismos e que este problema existe, é mínimo, motivado também pela jornada horária excessiva imposta pelo mercado de transporte e dos outros setores da economia, além da inigualável dependência econômica que o transporte arrasta, sem a devida modernização e adequação viária necessária, pois nossas principais rodovias federais foram construídas nas décadas de 40 até 70 e não sofreram sequer os reparos necessários para uma boa conservação, estando todas necessitando de ajustes que atendam as necessidades do grande fluxo de tráfego que a nossa grande produtividade exige para a atualidade. Então senhores globais, andem pelo Brasil e vocês descobrirão que diante de tantas adversidades -, de um segmento desmotivado, desaparelhado de uma frota moderna e de uma infra-estrutura viária capaz de absorver a grande demanda de tráfego, submetido aos interesses e ao descaso daqueles que querem que o setor permaneça assim, sem ordem para que possa continuar sem direitos -, o brasileiro é o melhor motorista do mundo e o transporte rodoviário brasileiro é também o mais eficiente, porque conseguimos colocar uma carga sobre uma carreta em São Paulo e fazê-la chegar com três dias de viagem até Belém, ou qualquer raio de 3.000 Km, passando por todas estas adversidades citadas e ao custo de um profissional que ganha algo em torno de R$ l.500,00 por mês, uma barbada se comparado aos 5 ou 6 mil dólares que ganham os profissionais americanos e europeus para trabalharem com uma jornada máxima de 8 hr por dia, com sindicatos atuantes e que defendem a classe, sob a supervisão de uma legislação que protege o profissional na estrada e não o explora, nem o extorque.
Quanto ao uso de álcool e drogas, o problema existe e estamos tão ou mais expostos quanto outras classes profissionais, ou os senhores nunca ouviram falar em policiais viciados, professores, médicos, dentistas e etc...
Para defenderem os interesses corporativos da sórdida corporação a que pertencem, não se dão ao mínimo respeito de conhecerem a matéria que será apresentada, ofendendo a maior classe trabalhadora deste país, que vive agonizante nesta árdua tarefa de ser a ponte entre o setor produtivo e o consumidor final, atendendo sempre e a qualquer custo esta demanda. O custo silencioso desta eficiência muito mal paga, presenciamos nós, os profissionais que conseguiram envelhecer na estrada e convivemos diariamente com as baixas que ficaram e ficam pelo caminho nesta guerra. É em nome destas baixas que exigimos uma retratação pública à altura.
Agora senhor Marcos Roberto, que já é conhecedor da minha formação – Gostaria de saber mais o que? Que vivo um relacionamento estável, que às vezes se torna instável com uma “mulher”, o senhor já sabe. Nesta convivência nem sempre harmoniosa, quando estamos nos amando, nos amamos e quando não estamos nos amando, provavelmente estamos nos odiando. Coisas da vida real, de uma vivência verdadeira que não se constitui somente de flores, porém jamais viveria por conveniências com uma pessoa apenas para compor um personagem.
Se é que seja da sua conta, também já deve ter notado que sou heterossexual e que não teria nenhum problema em mudar publicamente estas escolhas se assim descobrisse os prazeres de outras. Facilmente me confessaria um abduzido por outras práticas até então inconfessas.
Assim como já deve ter percebido que também compartilho da mesma vertente ideológica que o senhor sabiamente prega e que aquela crônica que o senhor comentou, era apenas o escárnio sarcástico de uma realidade que de tão irreal, faz parte do nosso universo municipal absolutamente lamentável que estamos vivendo aqui em nossa cidade.
Peço desculpas pelos erros de português e pela pouca prática textual. É que nesta múltipla jornada de aprendizado, não tive tempo para ser hábil discípulo do Pasquale.
Obrigado por dar-me a oportunidade para estes esclarecimentos. Um grande abraço!!!

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