Sérgio Gibim Ortéga
A vida às vezes pesa mais
quando o açúcar decide subir,
quando a ponta do dedo fura
e o visor mente que está tudo bem.
Cansei de esperar por orientações,
peguei a seringa, aumentei a dose.
Sem consulta, sem receita,
só eu, meu medo e minha vontade de melhorar.
Desceu.
Cinquenta, depois quarenta, trinta.
Como quem desce ladeira de bicicleta,
sentindo o vento no rosto
e o risco no freio.
Melhorei, sim, mas tremi.
Não de emoção, mas de glicose demais saindo.
A dúvida bateu forte:
será que acertei… ou só não errei por sorte?
Sou feito de coragem e riscos,
mas também de carne e consequência.
A insulina me salvou —
mas me lembrou:
a saúde não é brincadeira.
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