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RESPONSÁVEL: Sérgio Gibim Ortega
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sábado, 31 de maio de 2014

31/05 DIA MUNDIAL DO TABACO

Cigarro está associado a diversas causas de infertilidade

O fumo pode provocar diminuição de ovulação na mulher e aumento do número de gametas defeituosos no homem

Dados publicados pela Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) apontam que homens e mulheres fumantes têm chance 3 vezes maior de sofrerem de infertilidade quando comparados àqueles que não fumam.

A fumaça do cigarro contém centenas de substâncias tóxicas e radioativas que afetam a função reprodutiva em vários níveis, podendo prejudicar a produção de espermatozoides, a motilidade tubária (importante para a captação do óvulo que sai do ovário no momento da ovulação), a divisão das células do embrião, a formação do blastocisto (embrião com mais de 100 células) e a implantação.

Mulheres fumantes podem apresentar maior incidência de irregularidade menstrual e amenorreia - falta de menstruação.  Estudos indicam que a fertilidade é reduzida em 25% nas mulheres que fumam até 20 cigarros ao dia, e 43% naquelas que fumam mais de 20 cigarros, mostrando que o declínio da fertilidade tem relação direta com a dose de nicotina absorvida pelo organismo.  Além disso, durante a gestação, o fumo pode aumentar a incidência de placenta prévia (placenta baixa), descolamento prematuro da placenta e parto prematuro.

De acordo com o Dr. Edilberto de Araújo Filho, do Centro de Reprodução Humana de Rio Preto (CRH), o cigarro causa diversos prejuízos à fertilidade feminina e o impacto na saúde dos ovários pode ser grande.  "A mulher que fuma pode apresentar comprometimento folicular, alteração das características fisiológicas tubárias, alteração nas taxas hormonais e interferência na gametogênese e fertilização, além de revelar maior dificuldade na implantação do embrião, pois o endométrio também sofre agressões", explica o médico.

Segundo a embriologista Lígia Fernanda Previato Araújo, chefe de laboratório do CRH Rio Preto, a fertilidade masculina também é prejudicada pelo cigarro, já que, com o aumento da oxidação causada pelo fumo, ocorrem alterações significativas no potencial de fertilização do espermatozoide.  "O tabaco afeta diretamente a formação dos espermatozoides, causando alterações na concentração, morfologia, motilidade e, principalmente, no DNA dos espermatozoides, danificando o gameta e, muitas vezes, inviabilizando a fertilização.  Quando a fertilização ocorre, pode formar um embrião geneticamente anormal e, nesse caso, o embrião não implanta ou, se implantar, o organismo vai rejeitar, ocorrendo o aborto espontâneo", afirma Lígia.

Para o casal em tratamento, o fumo representa menor taxa de fertilização, resultando em prejuízo nas taxas de nascimento e, muitas vezes, obrigando o casal a se submeter ao dobro de tentativas de fertilização.  Além disso, o cigarro diminui a qualidade e quantidade de embriões por ciclo, fazendo com que a estimulação ovariana precise ser prolongada em muitos casos.

Estatísticas
-Estudos atuais mostram que 13% da infertilidade feminina pode ser atribuída ao cigarro;
-10 cigarros por dia já são o suficiente para prejudicar a fertilidade;
-Mulheres tabagistas crônicas entrarão mais cedo na menopausa (um a quatro anos antes), o que pode ser atribuído à aceleração da diminuição do estoque de óvulos;
-O hábito de fumar está associado a um aumento no risco de abortamento (aumenta em até 27%) e gravidez ectópica (gravidez nas tubas);
-O cigarro na gravidez prejudica a fertilidade do filho homem;
-Homens que fumam têm mais espermatozoides anormais que os não fumantes e a porcentagem de espermatozoides anormais está diretamente ligada ao número de cigarros fumados por dia;
-Fumantes passivos (tanto homens como mulheres) com exposição excessiva ao cigarro também têm maior incidência de todas as alterações descritas acima.

Tabagismo interfere na visão e aumenta a probabilidade de doenças que causam cegueira

O tabagismo é considerado fator de risco na incidência e na evolução de uma série de problemas oculares: Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI), catarata, glaucoma, Doença de Graves (causada por distúrbios hormonais da tireoide) e doenças oclusivas venosas e arteriais.

O hábito de fumar aumenta em pelo menos duas vezes o risco de desenvolver Degeneração Macular Relacionada à Idade, que é uma das doenças que mais causam cegueira no mundo.  Fumantes têm mais propensão à essa degeneração, pois o cigarro acelera a oxidação do organismo e favorece o acúmulo de substâncias nas camadas mais profundas da retina.  Com a diminuição de mecanismos antioxidantes, ocorre a "intoxicação" dessa parte do olho. 

Esse problema se desenvolve a partir do envelhecimento na parte da retina chamada mácula,  que é diretamente ligada ao sistema nervoso central,  onde a visão é processada e são definidas as formas, cores, rostos e leitura. "Toda a retina tem origem no tecido nervoso, suas células não se regeneram nem se multiplicam.  Por isso, é importante preservá-las", afirma Dr. Cláudio Dalloul, especialista em retina e vítreo do D'Olhos Hospital Dia de Rio Preto.

Estudos também indicam que o tabagismo pode contribuir para o agravamento do glaucoma.  O cigarro isoladamente não causa a doença, mas está associado a um maior risco de piora da patologia. O conjunto de fatores que causam má circulação sanguínea no corpo também podem prejudicar a saúde do nervo óptico, pois, assim como em outras partes do corpo, o nervo óptico recebe nutrientes e oxigênio pelo sistema vascular. “O cigarro não eleva a pressão intraocular, mas pode prejudicar a circulação do nervo óptico.  Os efeitos de alterações vasculares na evolução do glaucoma têm sido tema para muitas pesquisas", disse Dr. Kássey Vasconcelos, especialista em glaucoma do D'Olhos Hospital Dia.

A fumaça do cigarro também tem efeito irritativo na parte anterior do globo ocular, principalmente na conjuntiva e na córnea.  Isso faz com que as pessoas idosas - que produzem menos lágrimas - sejam muito mais sensíveis e alérgicas.  O cigarro também piora quadros de síndrome do olho seco, alergias oculares e promove desconforto àqueles que usam lentes de contato.

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