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quinta-feira, 19 de março de 2009

ABL lança livro que servirá como ‘guia’ para novas regras ortográficas

19/03/09 - 20h44 - Atualizado em 19/03/09 - 20h44

Vocabulário Ortográfico tem 976 páginas e 381 mil verbetes.
Volume esclarece dúvidas em relação à reforma regulamentada em 2008.

Daniella Clark

A Academia Brasileira de Letras (ABL) lançou nesta quinta-feira (19), no Rio, o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp). Com a incorporação das novas normas estabelecidas pelo acordo ortográfico, essa espécie de “bíblia” da ortografia portuguesa no Brasil, com 976 páginas e 381.128 verbetes, acaba esclarecendo algumas dúvidas deixadas pelo texto das novas normas, regulamentadas por aqui em setembro de 2008.

“Fomos observando que o acordo ora deixava alguns pontos na penumbra, ora o acordo se esquecia de outros pontos, como é o caso do prefixo ‘re’”, explicou o filólogo e acadêmico Evanildo Bechara, que coordenou o trabalho, iniciado ainda no início de 2008, antes das mudanças serem oficializadas.

“Pelo acordo, quando são juntados dois elementos com vogais iguais, você tem que usar o hífen. No caso do ‘re’ não podíamos fazer isso. Existia uma tradição ortográfica, tanto em Portugal como no Brasil, que não separa o ‘re’ do segundo elemento começado por ‘e’.”

Com isso, o Volp traz em suas páginas as palavras "reedição", "reeleger" e "reescrever" sem o tão polêmico hífen. Para Bechara, no entanto, o novo acordo veio para simplificar o seu uso. Mas ainda restaram exceções, como girassol e paraquedas, que não foram separados pelo sinal.


Bechara brinca e diz que ainda não memorizou regras

Perguntado se já havia memorizado todas as novas regras, Bechara brincou:

“Não. A gente está trabalhando nisso”, disse rindo, sempre ressaltando que considera a reforma um caminho essencial para a sobrevivência da língua portuguesa.
“A sabedoria popular diz que a união faz a força. E nós estamos num mundo globalizado. Se a língua portuguesa se dividir será engolida como foram engolidas todas as línguas diante de uma língua imperial, como foi o latim”.



Resistência em Portugal

Na abertura do evento, o presidente da ABL, Cícero Sandroni, classificou o acordo como um ato histórico nas relações entre Portugal e Brasil. O acadêmico acredita que as mudanças já estão assimiladas pela população.

“Tem que simplificar, é bom que as pessoas leiam cada vez mais. Pode ser o texto mais complicado, mas vão ler com mais facilidade”, afirmou Sandroni, que disse nunca ter usado o trema.

Também presente ao lançamento, o cônsul português Antonio Almeida Lima reconheceu que há resistências em seu país em relação às novas regras, mas que considera isso natural, devido às dimensões do acordo. Segundo ele, a vantagem de ter uma ortografia única compensa as pedras no caminho.

“Todos nós temos algumas dúvidas em relação a algumas regras do acordo. Vai ser certamente um caminho difícil para todos porque temos de alguma maneira que mudar palavras, nossos hábitos. Mas sem dúvida, sobretudo as gerações novas, vão aprender mais rápido e as gerações mais antigas vão continuar escrevendo de uma forma e de outra e o tempo se encarregará de nos encaminhar para uma ortografia comum, esta é que é a vantagem”, explicou.



Exemplar custa R$ 120

Entre essas pedras no caminho da nova ortografia no Brasil estavam, segundo Bechara, palavras como rega-bofe e vaga-lumes, em que não havia unanimidade entre portugueses e brasileiros. Acabaram separadas pelo hífen.

Para quem quiser esclarecer essas e mais dúvidas, a quinta edição Volp está sendo vendida por R$ 120. A versão pela internet, no site da ABL, ainda não está atualizada – a disponível é a quarta edição, ainda sem as novas regras da ortografia.

“Como ainda não tem a versão eletrônica, é bom ter a versão impressa e consultar, esclarece muitas dúvidas”, disse o funcionário público Sergio Filho, que comprou seu exemplar já no lançamento.

DO G1

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