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segunda-feira, 3 de maio de 2010

CEMITÉRIOS DA REGIÃO PODEM CONTAMINAR ÁGUA DO SUBSOLO

Por Daniela Trombeta Dias


Manchas pretas e marrons indicam
a ação do necrochorume nas sepulturas

O cemitério de Três Fronteiras está entre os 115 da região que segundo o hidrogeólogo Leziro Marques da Silva, ameaçam a água do subsolo com produtos tóxicos e vírus de doenças contagiosas provenientes de cadáveres.

Nossa reportagem entrevistou o hidrogeólogo, que explicou como a contaminação acontece, como descontaminar o solo e também como deveriam ser feitos os sepultamentos de acordo com a lei.

O professor Leziro, é o principal pesquisador do assunto no País. Segundo ele, foi constatada a contaminação no lençol freático com o líquido chamado necrochorume, nas proximidades de oito cemitérios da região Noroeste Paulista, e além do cemitério de Três Fronteiras, também estão na lista os de Rio Preto, Catanduva, Votuporanga, Mirassol, Onde Verde, Nova Granada e Itajobi.

O necrochorume é composto por substâncias tóxicas, como a cadaverina e a putrescina, que em contato com a pele provocam dermatites graves, e se ingerido, pode causar envenenamento.

"Um cadáver produz cerca de 30 litros de necrochorume. Há 5 anos foi constatada a contaminação do lençol freático, desses cemitérios, porém, desde então nada mudou e os sepultamentos continuam sendo feitos em condições erradas", disse Leziro.

Como acontece a contaminação

Leziro explicou que "o líquido decorrente da decomposição dos corpos se infiltra no solo e chega até o lençol freático, cuja profundidade varia entre 3 e 20 metros. Como o necrochorume é totalmente solúvel, ele se mistura à água, e assim pode ser levado por quilômetros no subsolo".

"A condição ideal é construir uma laje no fundo das sepulturas com bacia de contenção para que o necrochorume não vaze. Há também substâncias que neutralizam e absorve o necrochorume e evitam a contaminação do lençol. Uma delas é o Necrotox (pó) que pode ser jogado na bacia de contenção, e quando não é feita a laje, joga-se o pó forrando o fundo da sepultura, disse".

"Outra substância é o Necronet, que é uma manta que pode ser colocada tanto forrando o caixão, quanto no fundo da sepultura e também neutraliza e impede a contaminação, pois absorve o necrochorume e vira pó, podendo ser retirado junto com os ossos, se for preciso, continuou".

Os sepultamentos em gavetas não impedem que haja contaminação, segundo o professor, as manchas pretas e marrons nas paredes das gavetas, são o resultado da ação do necrochorume, e é preciso que as gavetas também sejam impermeabilizadas, evitando que o líquido escorra para a parte externa.

Como descontaminar o solo

De acordo com o hidrogeólogo para descontaminar o solo, é preciso fazer perfurações de até cinco metros estrategicamente posicionadas e utilizar produtos oxidantes para lavar o solo dos cemitérios.

Isso deve ser feito a cada 2 ou 3 anos. "É uma desinfecção do solo", disse ele.

Prazo para regularização

Uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente de 2003 estabeleceu prazo de até dezembro deste ano para todos os cemitérios despoluírem o subsolo e passarem a monitorar a qualidade da água do lençol freática.

Outra questão abordada foi sobre os poços localizados próximos dos cemitérios. E sobre isso, o professor explicou que se o poço tiver sido construído corretamente, de forma tubolar, mais conhecida como artesiano, quando não se aproveita a água do lençol freático, mas sim águas mais profundas, não há perigo de contaminação. Porém, pode haver risco se o poço artesiano for mal construído e também em poço comum, conhecidos como "caipiras".

No ano passado a Cetesb – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo - iniciou um levantamento da localização dos cemitérios paulistas e segundo o órgão, a partir do ano que vem todos os cemitérios terão de obter licença de operação da Cetesb.

Será preciso realizar análises da água do lençol para ser apresentada ao órgão ambiental, e se houver contaminação, terá que ser feita à limpeza, caso contrário à multa pode chegar a 82 mil reais.
FONTE-O JORNAL DE SANTA FÉ DO SUL

COMENTÁRIOS DO POETA GIBIM

Sérgio Gibim Ortéga

O poeta aqui teve a grata satisfação de ter a experiência de ter trabalhado no cemitério por quatro meses. Um dia este poeta conta exclusivo aqui os acontecimentos inusitados.

Este Jornal de Santa Fé, está mostrando uma matéria muito interessante e que poucos na Imprensa mostram. É a mais pura verdade! Pra quem também mora perto de um cemitério e ainda bebe água de poço, olha aí esta matéria da Daniela. Gente! A verdade é que a água do defunto seca e pra onde vai? Adivinha? A Daniela mostrou uma matéria muito boa e que o poeta aqui já foi cismado em beber água próximo ao cemitério com todo respeito que temos aos mortos.

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